sábado, 21 de junho de 2014

Dobrar o tempo, ver na esquina.

Duas folhas brancas, livres em minha cabeça.
(Sempre esqueço, não sei desenhar).
Uma caneta amarela em meus dedos.
E os contornos de meus olhos desenham a luz da Lua.
Errei o tom, saiu desafinada.
(Sempre esqueço, não sei compor).
Em uma esquina encontrei comigo.
Cabelos lisos, lentes grossas.
Criança.
Rabiscava, batia em lata.
“o que é isso?” perguntei.
(memória fraca, sempre esqueço)
“Uma nave. Estou viajando no tempo”
E Batia, batia, batia.
“Pronto, cheguei no futuro”
Sorri. Abri minha cabeça.
Meu cérebro escapou, voou.
Olhei para o céu.
“Olha, ás vezes é bom deixar voar” Me disse
Tirei as folhas,
Uma em branco, outra com luz da Lua.
Junto, a caneta amarela.
“desenhe aqui o que não posso esquecer”
Desenhou a Lua desafinada,
Desenhou um poema
Desenhou meu rosto.
Voltou para sua máquina
(eu me lembrei daquele dia)

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