Poemas antigos

Alguns poemas que escrevi entre 2002 e 2005.
Falta muitos, depois posto  aqui.

A alma e o coração

Uma tristeza inefável
Invade meu coração
As lágrimas que em min
São continuas
Lavam meu espirito
Mas não levam
Meu sofrimento embora
Minha alma não sente
Meu coração
Mas meu coração sente
Minha alma
E é nele que se traduzem
Os sentimentos

A vaidade da cálida alma

Alma que sofre novamente
Com sentimentos já não recentes
Traz as lagrimas
Que amargam o coração

Coração que traduz
A angustia
Bate no peito acelerado
Talvez desesperado

Sua vaidade
Destruiu a emoção
Restaram ódio e solidão

Tudo pode ser sonho
E acabe ao despertar
Mas se for realidade?
Não sei se pode agüentar

Na alma você deixa de amar
No corpo de apreciar
No sonho de realizar
Na vida de aproveitar

A canção do silêncio

O silêncio traz
Uma triste canção

A bela harmonia solitária
Que em noites vazias soa alta
Capaz de me fazer recordar

Os lábios distantes
Que beijei sem tocar


Amores perdidos

Amores prometidos
Um coração perdido
Uma vida condenada.

Da leitura de um livro
O amor verdadeiro é revelado
Com aproximação dos lábios.

Mortos por traírem
Os falsos amores
De antigos prometidos.

Por expressarem
Sentimentos verdadeiros
Sofrem o sopro
Gelado da luxúria.

A lembrança do beijo
Tortura, corroe suas almas.

A triste recordação
Fazem-nos derramar lágrimas
Escuras e impuras.

Com um último apelo
Em busca de alívio
O casal volta à escuridão
E diz:
“Agora vamos ficar em silêncio
Não queremos mais recordar
Nossa distância do Paraíso.”

Ao encontro de Melissa

Num local onde
A luz do sol
Não alcança

Cruzes de madeira
Indicam um
Antigo cemitério

Flores foram depositadas
Em túmulos esquecidos
Mostrando provas
De amores vividos

O vento gelado
Uiva, trazendo
O nome da morte

O medo toma conta
De todos os corações
Seja em sonho
Ou realidade

Eu gostaria de um
Cálice de vinho
Para espantar o frio
E todos os meus temores

Ao debruçar-me sobre
Uma pedra cinza e fria
Pude ler a melancólica frase:

“triste, amor que partiu
Meu coração se desfez
Agora devo sonhar calado
Pois perdi o sorriso de seus lábios”
Melissa (1438-1459)

Sensações me envolvem
Medo, já não sinto mais.
Lagrimas acompanham a angustia

Coma são belas
As palavras de quem
Expressa a tristeza
De um amor perdido

Mas por quem sofro?
Por min ou por ela?
Por nós?

Quando olhei ao redor
Estava sozinho

Escuridão já não
Havia mais

Tinha apenas
Um caminho
A seguir

E nele, a imagem,
De uma bela mulher
Estendendo a mão e dizendo:

“Venha amor tudo acabou”.
Você já pode ter
Meu sorriso novamente".

Melissa? e você melissa?

E tudo de novo
O fim de um delírio
Escuridão, frio, medo...
E agora a tristeza

Talvez esteja louco
Mas quero conhecer
Essa mulher

Adaga afiada
Lamina no coração
Ate logo Melissa...

Até o próximo encontro

Com uma rosa
Em suas mãos tremulas
Ele acaricia
Seus lábios rubros

Beijando-a ele diz:
“Que nossos lábios
Voltem a encontrar-se
Um dia...
E esse será eterno”

Com lagrimas sobre
A lívida face dela
Ele deposita a flor
Sobre o triste leito
Da mulher amada

Chorando, ele deixa o local
Com muita tristeza
Envolvendo seu coração

Seu único consolo
É a esperança
De que esse
Não tenha sido
O ultimo beijo

Pranteando, suas ultimas
Palavras foram:
“Até o próximo encontro”

Brinquedos que ferem

As vozes que chamam
Ao paraíso
São fracas quase um sussurrar
Não chegam aos ouvidos
Daqueles que devem escutar

Carregadas pela miséria
São obrigadas a trabalhar
Deixando a infância
De modo que não escolheram

Cada dia o pranto
Chega mais pesado
Com lagrimas disfarçadas
De um triste suor

Na mente o sonho
De ser alguém
Sonho destruído
Pelos sons das ferramentas

Pobres crianças ao menos
Não tem nem chance
De poderem ser crianças

Brinquedos que ferem
Cicatrizam a alma
Deturpam a mente
Destroem os direitos!



POEMAS DE 2008

Receita

Pelo mar, pela areia
avisto o mar, olha uma sereia
( não, sereia com areia nao)

Pelo mar, pela terra
sinta o ar, veja a caravela
( não, ainda nao é isso)

Na praia o mar
enterra na areia
a caravela, a sereia....
( ah, desisto !! )

Onomatopeia

Onomatopeia
No mato
Ai a Centopeia.
UM PÉ!!!!!
Prufitttt
Machucou a centopeia
que ia
agora sem pernas
sem se importar,
feito cobra
se arrastando
shiisshhiii

Palavras, sabores e cheiros.

Dona Benta faz todos os dias
Um bolo de Menta para vender.

Mentaliza, seus clientes perguntando:
"Por que este bolo de menta não é verde?"
Por quê!? ora por quê!?
Importa a cor? refletia.
Importa é o Sabor.

Ouvia o apito do forno.
estava pronto o Bolo
Bolo de menta não verde
Bolo de menta pra vender.
Para vender


De 2006

Passividade

Passou o Tempo
Passou a cidade
Passou a Idade
Passou
Passou, sumiu

Deixou algo?
Sonhou algo?
Teve algo?
Passou


O Homem

O homem
Sentado
Pensa
Pensa em tudo
Mas não
se levanta....